segunda-feira, 3 de março de 2014

Ministério da Saúde discute com as empresas a redução do teor de açúcar em alimentos industrializados

A reportagem publicada na ISTO É Online merece ser compartilhada com os leitores deste blog por trazer informações relevantes aos consumidores de alimentos industrializados.
Abaixo uma síntese da matéria e o link para a leitura do texto integral:
O Ministério da Saúde pretende reduzir a quantidade de açúcares em alimentos industrializados devido ao levantamento realizado pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (2008 e 2009), que constatou que 61% da população brasileira consome açúcar em excesso.
Apesar de ainda não haver definição quanto à quantidade ou a data que as medidas podem vir a ser adotadas, é importante que as autoridades exijam que a indústria forneça informações aos consumidores sobre a adição deste carboidrato simples nos alimentos.
A eliminação completa do açúcar não é necessária porque o açúcar está naturalmente presente em frutas, mel, leite, entre outros alimentos. O açúcar processado (obtido a partir da cana-de-açúcar) também não precisa ser restringido totalmente da dieta, no entanto, não devemos estimular a adição de grandes quantidades nos alimentos.
Segundo o depoimento da endocrinologista Monalisa Azevedo, “Este é um debate importantíssimo e há exemplos de produtos como alguns sucos em caixinha e refrigerantes que têm que ser melhor avaliados”. Ressaltando o ponto de vista, o historiador Fernando de Carvalho declara que “Com o tempo, praticamente todos os alimentos industrializados, até mesmo o pão francês, foram sendo modificados pela adição de açúcar. A finalidade foi torná-los mais agradáveis ao paladar contemporâneo. O problema é que nem sempre isso é informado aos consumidores”.

O excessivo ganho de peso corporal pela população faz com que a matéria publicada nos sites UOL® e BBC® Brasil mereçam divulgação por parte de profissionais de saúde.

As postagens comentam sobre uma lista elaborada pela Action on Sugar® mostrando alimentos que "escondem" grandes quantidades de açúcar e aparentemente são vendidos como "saudáveis". Dentre eles:

Iogurtes com 0% de gordura: o açúcar pode ser adicionado para dar sabor ao produto. Segundo a Action on Sugar®, um pote de 150g de iogurte pode possuir aproximadamente 20g de açúcar.
No Brasil há diversos iogurtes isentos em açúcar e gordura que podem ser consumidos até mesmo por indivíduos com diabetes. Exemplos de marcas comerciais: Molico da Nestlé®, Grego zero da Vigor®, Corpus da Danone®, Activia zero da Danone®.

Molhos: contêm grande quantidade de açúcar para conferir sabor e estabilidade ao produto. Uma (1) colher de molho pode conter até 4g de açúcar. A maionese pode conter até 4g de açúcar em apenas 1 colher de sopa, enquanto que 150g de polpa de tomate pode conter 13g de açúcar adicionado para que fique menos ácida.

Pão: todo pão possui um pouco de açúcar, necessário para o processo natural de fermentação. Contudo, pode conter também açúcar adicionado durante a fabricação do alimento para conferir-lhe sabor. Como exemplo, podemos citar a cor amarronzada proveniente do açúcar mascavo, que é característica do pão australiano e do pão preto.

Sucos: um teste realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor mostrou que a maioria dos néctares ou sucos de frutas vendidos em caixinha, nos supermercados, possuem concentrações superiores a 5g de açúcar a cada 100mL.
As marcas avaliadas foram Activia®, Camp®, Dafruta®, Dell Vale®, Fruthos®, Maguary® e Sufresh®. O néctar que apresentou a menor concentração de açúcar foi o Fruthos® sabor laranja (7g/100 mL), enquanto que os mais açucarados foram os néctares Activia® e Dell Vale® sabor uva (ambos com 13g de açúcar em 100mL).  O suco de uva industrializado apresentou 15g de açúcar em 200mL.

Outro site americano, Sugar Stacks®, também ilustra em imagens as quantidades de açúcar presente nos alimentos mais consumidos mundialmente. Segundo este site, uma lata de Coca-cola® tradicional e de Red Bull® contém 39g e 27g de açúcar refinado, respectivamente. Quatro unidades de biscoitos recheados do tipo Oreo® possuem 14g de açúcar. 

A PROTEST® (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) publicou na edição, número 09, de junho de 2012 a matéria “Açúcar: perigo nos alimentos industrializados”. Nesta matéria, são divulgados os resultados da análise laboratorial (avaliação baseada nos critérios definidos pela Food Agency Standards®, agência reguladora do Reino Unido) da quantidade de açúcar presente em 95 diferentes produtos comercializados.
Segundo os testes, as categorias com maiores percentuais de açúcar foram: achocolatados em pó (5,45g em 1 colher de sopa), refrigerantes de cola (30,3g de açúcar em 1 lata), néctares de uva (22g de açúcar em 200mL), produtos lácteos sabor morango (20g de açúcar num pote de 200g do produto), ketchup (1 colher de sopa possui 2,5g de açúcar) e o leite condensado (1 colher de sopa contém 4g de açúcar).Dentre os demais produtos testados, o que apresenta menor quantidade de açúcar é a gelatina (menos de 5% de açúcar na composição), o biscoito tipo maisena que possui apenas 1g de açúcar em cada biscoito e o pão tipo Bisnaguinha que apresentou 1,56g por unidade de 20g.

Além dos doces, alguns alimentos salgados também podem possuir açúcar. Esfihas, tabletes de caldo de carne ou galinha, amendoim japonês, lasanhas congeladas. O fato de um alimento ser salgado não influencia a quantidade de açúcar adicionada para conservação ou para que o alimento tenha a cor desejada. 

Referências:

Não se esqueçam que continuamos com o recrutamento de voluntários com diabetes tipo 1: