Assisti a um seminário muito interessante sobre os mecanismos do envelhecimento e como “brecar” estes mecanismos. Compartilho com vocês um pouco sobre o assunto:
Conceitos sobre Envelhecimento
· Envelhecer:
“Envelhecer é o aumento da probabilidade de morrer”
· Expectativa de vida:
Previsão de sobrevivência de um determinado grupo ou espécie.
Quanto mais se vive mais aumenta a expectativa de vida.
Ex: Se a expectativa de vida de um bebê é de 58 anos, quando este indivíduo atinge a idade adulta sua expectativa de vida aumenta para 85 anos.
· Longevidade: Média máxima da expectativa de vida de uma população, em condições ideais.
Envelhecimento e Saúde
O avanço da ciência permitiu o aumento da expectativa de vida da população mundial, já que os novos tratamentos prolongam a sobrevivência de indivíduos portadores de doenças conhecidas anteriormente.
Envelhecimento e Doenças
Algumas doenças estão diretamente relacionadas ao envelhecimento (Ex: Osteoporose e Alzheimer) e outras doenças agravam-se com o decorrer do envelhecimento (Ex: Diabetes, Hipertensão Arterial, Aterosclerose, Doenças Crônico-degenerativas).
A maior prevalência destas doenças, durante a idade avançada, pode ser explicada principalmente pela degeneração celular, onde a célula perde o potencial de se proteger contra diversos problemas. As mudanças fisiológicas que explicam este fenômeno são:
· Mudanças fisiopatológicas da célula;
· Redução da velocidade de condução neurológica (deficiência neuronal);
· Diminuição da capacidade cardíaca (deficiência das células cardíacas);
· Diminuição da capacidade respiratória (deficiência na captação de O2 do meio);
· Diminuição da água intracelular.
Teorias do Envelhecimento
Teoria Estocástica: (Uso e desgaste)
Propõe que os danos moleculares ocorram ao acaso, acarretando:
· Formação de proteínas alteradas (Ex: alterações enzimáticas ou conformacionais);
· Mutações somáticas (Ex: danos genéticos acarretando em cromossomos inativos);
· Erros catastróficos;
· Dano oxidativo – Formação de radicais livres;
· Lipofuccina – Acúmulo de detritos nas células;
· Mudanças pós-tradução de proteínas (Ex: alterações nas funções de tecidos);
· Desdiferenciação – A diferenciação celular pára de ocorrer normalmente.
Teoria Sistêmica:
Danos seqüenciais e coordenados acarretando uma cascata de eventos danosos ao organismo. Abrange uma série de teorias:
· Teoria metabólica – A taxa metabólica diminui com a idade devido a diminuição do tecido muscular;
· Teoria da taxa de vida – O alto consumo calórico acarreta uma maior produção de radicais livres e células defeituosas;
· Teoria do dano mitocondrial – Acumulação de danos na mitocôndria por radicais livres (espécies reativas de oxigênio) ocasionando um declínio no desempenho fisiológico da célula.
A atividade física contribui para uma maior produção de radicais livres (devido ao aumento da freqüência respiratória). Porem a atividade física é recomendada contra o envelhecimento porque além de manter a massa muscular (aumentando a Taxa Metabólica Basal) a prática constante do exercício promove o desenvolvimento de sistemas anti-oxidantes, ou seja, reduz a produção de radicais livres.
· Teoria genética – Mudanças “drásticas” na expressão gênica causariam modificações senescentes nas células.
A mudança “sutil” na expressão gênica é benéfica ao organismo, aumentando a expectativa de vida do indivíduo. Estas mudanças podem ser obtidas por: prática de atividade física e “dietas restritivas”
· Teoria neuroendócrina – A falência progressiva de células com funções específicas acarretaria um colapso na homeostasia orgânica.
Suplementação hormonal é deletéria ao organismo, já que este não está mais preparado para receber a carga hormonal secretada anteriormente. O organismo acaba então produzindo células defeituosas por conta disto.
Dietas Restritivas contra o Envelhecimento
A restrição dietética é tida como benéfica contra o envelhecimento. Os mecanismos utilizados para pautar esta afirmação são de que a restrição calórica influi no:
· Aumento das defesas enzimáticas;
· Maior produção de agentes antioxidantes;
· Menor produção de Hormônio do Crescimento (GH).
(O GH aumenta a liberação de insulina, IGF-1 e a produção de tumores)
· Maior número de desacopladores da cadeia respiratória;
· Maior relação NAD+/ NADH;
Menor produção de radicais livres.
Baseado no Seminário: “Dieta e Longevidade: Restrição calórica e saúde”
Palestrante: Prof. Paulo Cesar de Carvalho Alves