domingo, 1 de março de 2015

Urso polar x Urso pardo

O estudo publicado no periódico The Cell mostrou que mutações genéticas podem explicar o motivo dos ursos polares possuírem elevadas concentrações de colesterol LDL e não desenvolverem doenças cardiovasculares.

Segundo os pesquisadores, o genoma dos ursos polares divergiu dos ursos pardos há aproximadamente 400 mil anos atrás. Isso ocorreu porque os ursos polares foram sofrendo adaptações para sobreviver no clima ártico, consumindo dieta hiperlipídica à base de mamíferos marinhos.

Para tentar descobrir de que forma o coração desses ursos se protegem contra altos níveis de gordura, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley e analisaram o genoma de 79 ursos polares e dez ursos pardos de diferentes regiões.

Nove dos 16 genes que mostraram mutação foram associados à reorganização do sistema cardiovascular.
Uma das principais mutações ocorreu no gene ApoB, que codifica o colesterol LDL . Essa alteração funcional na ApoB pode justificar como o urso polar consegue conviver com o LDL elevado e não ter elevado risco de doenças cardíacas.

Referência do estudo:
Liu S, Lorenzen ED, Fumagalli M, et al. Population genomics reveal recent speciation and rapid evolutionary adaptation in polar bears. Cell 2014; 157(4):785-94.
http://dx.doi.org/10.1016/j.cell.2014.03.054